quinta-feira, 18 de março de 2010

Terapia genética traz esperança na cura da AIDS
Pesquisadores conseguiram livrar um homem do vírus HIV por meio de um transplante de medula óssea. Para os médicos, o caso foi o mais próximo da cura registrado até hoje

INOVAÇÃO

Depois de conviver por uma década com o vírus HIV, um americano de 42 anos desenvolveu leucemia. Para tratar do câncer, deixou de tomar os medicamentos antiretrovirais e se submeteu a um transplante de medula óssea. Depois do procedimento, realizado há dois anos, o vírus deixou de ser detectado e o paciente não voltou a fazer o tratamento contra a AIDS.
Para os médicos envolvidos no tratamento, o caso aumenta a importância da pesquisa de terapias genéticas na cura da AIDS. "O caso abre caminho para abordagens inovadoras para o controle de longo prazo e com menos efeitos colaterais do HIV", destaca o artigo, noticiado pelo jornal britânico The Independent.
O tratamento, liderado pelo hematologista Gero Hutter, do Charité Hospital em Berlim, envolveu a seleção de doadores de medula óssea compatíveis com o paciente e que tivessem uma mutação no gene CCR5. De acordo com pesquisas anteriores, essa alteração genética está relacionada a uma imunidade ao HIV e está presente em 1 a 3% da população nos países ocidentais.
Depois de se submeter ao transplante, o americano fez vários testes e nenhum sinal do vírus foi encontrado na medula, no sangue ou em tecidos. Ainda é cedo para dizer que o paciente foi curado: sabe-se que o vírus pode se "esconder" em partes do corpo como o cérebro, o intestino e o sistema linfático. Mesmo com ressalvas, o caso está sendo recebido como uma vitória pela comunidade científica porque, até hoje, pacientes submetidos a tratamentos semelhantes haviam conseguido ficar livres do HIV apenas por algumas semanas. Para Hutter, um transplante de medula é muito arriscado para ser adotado como um tratamento para a AIDS, mas o procedimento abre um novo campo de pesquisa na luta contra a doença.
Jana Carmem 3º ano

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