Floyd E. Romesberg hoje em seu laboratório no Instituto de Pesquisa Scripps, em La Jolla, Califórnia, investiga diferentes questões relacionadas ao processo evolutivo. A pesquisa que talvez tenha importância prática mais imediata tenta compreender como o curso evolucionário às vezes apresenta excesso de atividade. Esse conhecimento poderia ser usado para bloquear o processo fundamental que permite à bactéria sofrer rápida mutação, o que pode levar à superação da resistência bacteriana a antibióticos.
Mutações genéticas normalmente provêm de erros que ocorrem no momento em que uma célula se reproduz. Desde a década de 70, os cientistas conhecem um processo - a resposta SOS - que aproveita a mutação como forma de autodefesa. Quando as bactérias estão sob tensão extrema, elas inicialmente tentam reparar o dano de vários modos. Em seguida, acionam genes cujos produtos protéicos desencadeiam uma série de mutações que ocorrem 10 mil vezes mais rápido que aquelas originárias durante a replicação normal.
Essencialmente, as células sofrem uma rápida mudança de identidade.
A bactéria Escherichia coli, que habita no intestino humano e é a grande responsável pela flatulência (produção de gases) de cada pessoa e causadora de várias infecções quando disseminada em outros órgãos por exemplo, responde ao dano prolongado no DNA causado por antibióticos mandando um SOS. As mutações impedem que a droga se ligue a seu alvo - a proteína girase, que é necessária para a replicação do DNA. Se a bactéria não a protegesse, o antibiótico se ligaria a ela e como resultado, evitaria a replicação normal, causando quebras no DNA que levariam à morte da bactéria.
Romesberg decidiu investigar se a cascata de mutações que permite o surgimento da resistência a antibióticos na E. coli poderia ser evitada caso o sistema de SOS fosse desligado. Em experimentos publicados em junho de 2005 Romesber e outros descobriram que a ciprofloxacina induz o pedido de socorro na E. coli ao desencadear a quebra de uma proteína chamada LexA, que mantém a resposta de SOS reprimida. Uma vez rompida, a proteína repressora permite que três enzimas DNA polimerases comecem a produzir mutações, desenvolvendo a resistência.
Autor: Alex Santos - 3ºano do ensino médio - colégio de aplicação fabes
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O sistema SOS das bactérias é um verdadeiro sistema imunológico, uma vez desativado nenhuma bactéria resistiria aos antibióticos. Mas também com o desenvolvimento de antibióticos que não atinjam as proteínas que liberam o SOS a luta contra as Moneras estaria vencida.
ResponderExcluirAlex Santos